O conselheiro especial das Nações Unidas para o Esporte, o alemão Wilfrid Lemke, enviou uma carta ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, na qual apoia a autorização do uso do "hijab", o véu islâmico, pelas jogadoras que desejarem.
Às vésperas da reunião marcada para o próximo sábado da International Football Association Board (Ifab), encarregada de definir e modificar as regras do futebol e que tem o assunto do véu em sua agenda, Lemke pediu que este aspecto "seja resolvido de uma maneira que respeite tanto as regras do jogo, como as considerações culturais, e que por sua vez promova o futebol entre todas as mulheres, sem discriminação".
O conselheiro expressou seu apoio "à iniciativa do vice-presidente da Fifa, o príncipe Ali Bin al-Hussein, em nome da Confederação Asiática, para que sejam revisadas as regras em favor da autorização do véu".
O "hijab", que significa véu em árabe, é um lenço que deixa o rosto descoberto. Pode ser colorido e utilizado com roupa ocidental. No caso das jogadoras de futebol, seria preso com um velcro para permitir sua rápida abertura em caso de necessidade.
Lemke expressou em sua carta à Fifa que o "hijab" já é usado em outros esportes e que há no mercado uma variedade de modelos suficiente para garantir a prática segura da atividade física.
Além disso, seu uso "eliminaria uma barreira que pode dissuadir mulheres e meninas de jogar futebol e estabeleceria um exemplo positivo".
"(A permissão) enviaria a mensagem que cada jogadora, desde a elite até a base, tem a liberdade de decidir se quer usar ou não esta peça no campo", considerou Lemke. "Daria a oportunidade a destacadas atletas de demonstrar que usar um véu não é obstáculo para se sobressair na vida ou no esporte, e contribuiria para combater os estereótipos de gênero e mudar as mentalidades".
A Ifab se reunirá no sábado em Surrey (Reino Unido) e estudará, entre outros assuntos, uma modificação da regra 4, que permitiria o uso do véu.
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